Há o risco de À Margem da Imperatriz ser
considerado como um conjunto de recortes: muitos
alunos/performers/criadores, tentando por em prática a ideia de criar um filme
que fosse uma produção coletiva, em que cada um dirigisse e criasse seu próprio
roteiro, que posteriormente se juntaria a fim de se transformar em uma única
produção, que tivesse o olhar final e a edição da colega Luciana, como havia
sido acordado, entre nós, em sala de aula. Segundo as orientações do professor Marcos
Bulhões, o filme precisaria ter essencialmente a influência explícita da poética
de Pina Bausch, sobretudo de seu filme O
Lamento da Imperatriz.
No final desse processo, ficou o
sentimento de objetivo alcançado, já que em nosso exercício transparece um
sentido e uma unidade. O sentido é, cada um a sua maneira, relacionar-se com a
cidade de São Paulo, o que ocorre a partir do procedimento que poderia ser
identificado como “estranhamento da cena” (algo discutido em sala de aula e evidente
no filme que nos serviu como referência), em que o performer se propõe a
interagir de forma não-convencional com o ambiente em que está. Quanto à unidade,
sobressai de cada performance o sentimento de quem vive num grande centro
urbano: a ideia de solidão no meio da massa, de asfixia em meio a tanto concreto,
de invisibilidade em pontos de aglomeração e de certo descaso com o que
acontece ao redor. https://vimeo.com/44935140
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